Por Guilherme Callegari
Trapaça (2013 – 2h 18m – 14 anos)
Sinopse: Irving Rosenfeld (Christian Bale) é um grande trapaceiro, que trabalha junto da sócia e amante Sydney Prosser (Amy Adams). Os dois são forçados a colaborar com um agente do FBI (Bradley Cooper), infiltrando o perigoso e sedutor mundo da máfia. Ao mesmo tempo, o trio se envolve na política do país, através do candidato Carmine Polito (Jeremy Renner). Os planos parecem dar certo, até a esposa de Irving, Rosalyn (Jennifer Lawrence), aparecer e mudar as regras do jogo.
Pontos positivos: Gosto muito do visual do filme. Acho que essa ideia dele se passar nos anos 50 dá um algo mais para o filme e os visuais são lindíssimos. Inclusive, a reconstrução de época que eles fizeram no cenário, eu achei muito boa, pode parecer algo bobo, mas, sempre que eles fazem uma reconstrução bem-feita, me agrada muito. Adorei as cores, principalmente por ela chamar muito a atenção de todos que estão assistindo. Gosto muito da direção desse filme, pois o diretor David O. Russell sabe fazer muito bem movimentos de câmera e, principalmente ele sabe muito bem tirar tudo daquele ator que está em atuando. Adorei que o filme tem vários núcleos, assim tem várias histórias diferentes que acabam se ligando (acho isso arriscado de se fazer, mas muito interessante). Gosto do plano deles. Pode ter seus problemas, mas achei mesmo assim interessante. Gosto muito das atuações do filme, na sua maioria, todos mantem um nível muito alto e acrescentam muito para o filme. E, olha que o filme só tem ator de peso, como: Jeremy Renner, Bradley Cooper, Christian Bale, Amy Adams, Jennifer Lawrence, Louis C.K. Acho a história do filme bem interessante. Gosto do desenvolvimento de personagem, principalmente por você sentir que eles mudaram do começo para o fim do filme. Gosto das cenas de ação. Podem até não ser cenas de ação com perseguição, cheio de tiros, porrada, mas, mesmo assim, tem ação e, quando ela aparece, me agrada bastante. Gosto da trilha sonora. Acho que só toca música muito boa, que combina com o filme, mas tem um problema que falo melhor nos pontos negativos.
Pontos negativos: Achei que o filme poderia ter alguns minutos a menos, pois, mesmo achando o que eles estavam contando bem a história, em alguns momentos, eu fiquei um pouco cansado do filme, pensei será que vai demorar muito para o filme voltar a pegar no tranco. Mesmo com atuações muito boas, eu sinto que você demora para se conectar com os personagens. E isso acontece muito pelo começo do filme, pois acaba sendo um pouco arrastado, você acaba não ligando tanto para os personagens como você deveria ligar e, isso acaba prejudicando o filme e o ritmo dele. O que salva nesse começo são as atuações que são tão boas, que você acaba querendo ver eles até o final. Eu tenho só um problema com a história do filme, que seria em alguns momentos você sente que eles estão saindo um pouco da história principal e, eu sentia que a história principal era uma das coisas mais legais do filme (o problema de ter muitos núcleos). Eu adoro a ideia de ter muitos núcleos, acho que é arriscado assim como falei nos pontos positivos, mas entra o problema de ter muitos núcleos e, nem sempre os núcleos são tão interessantes quanto deveria e você acaba torcendo para aquilo que está acontecendo passar rápido, mesmo sendo algo interessante. Tenho só um problema com a Jeniffer Lawrence, pois acho que a personagem dela tem muito mais tempo de tela do que deveria ter e, para mim isso fica visível como ela não deveria esta tanto ali. Não gosto do humor do filme, acho ele primeiro muito fraco e, segundo, um humor meio que estético que não me agrada, acho que poderia ter sido melhor. E, para fechar acho que a trilha sonora, mesmo que boa, poderia ser mais marcante.
Dica: Se você gosta de lindos visuais, se gosta dessa ideia de bastidores, principalmente envolvendo malandragem, com ótimas atuações, minha dica seria você parar tudo que você está fazendo e ir ver esse filme. Pois, tenho certeza que você não vai ser arrepender, pois esse é um filmão.
Curiosidade: O personagem Irving Rosenfeld foi inspirado em Mel Weinberg, um trapaceiro condenado real que foi contratado pelo FBI no final dos anos 70, início dos anos 80, para auxiliar em uma operação. A cena da briga que se passa no quarto entre Christian Bale e Jennifer Lawrence foi completamente improvisada. Uma versão da cena estava no roteiro, mas os atores não estavam conseguindo conectar-se com ela, então o diretor David O. Russel decidiu permitir que eles dissessem o que quisessem. Christian Bale alcançou as características físicas de seu personagem ganhando mais de 18 quilos, fazendo um penteado para disfarçar a careca de Irving, e curvando sua postura, o que resultou em herniar dois de seus discos no processo. O roteiro originalmente era intitulado American Bullshit (em tradução livre, Treta/Besteira Americana) e ficou em oitavo lugar na Black List (Lista Negra) 2010 de Hollywood, que classifica os enredos não produzidos.
Conclusão: Eu adoro esse filme. Lembro que, quando vi, fiquei muito empolgado com ele. É um filme que dá muita vontade de ver outras vezes, tentar ver de outros modos o que o diretor quis contar. Mas, mesmo assim, acho que concorrer à dez Oscar, sendo que quase todos em categorias principais, foi um pouco de exagero.
Trapaça nota :8,5
Trapaça – Trailer
Trapaça – Trailer 2