Por Guilherme Callegari
Killing Eve – Primeira Temporada (2018-8 episódios-18 anos)
Sinopse: Eve (Sandra Oh) trabalha como segurança em uma empresa, mas seu emprego estável e dentro de quatro paredes não sucumbe o desejo dela de se tornar uma espiã. É por isso que quando a primeira oportunidade surge, a jovem não pensa duas vezes e mergulha em uma caçada incansável contra uma assassina. Agora, seu alvo é Villanelle (Jodie Comer), uma criminosa tão elegante quanto perspicaz.
Pontos positivos: O primeiro ponto positivo da série para mim vai para sua premissa, eu acho essa premissa muito boa, pode não ser original, afinal, praticamente é uma série de investigação, mas eu acho que ainda tem muito espaço na indústria para se contar histórias nesse estilo. Um ponto muito bom da série foi que resolveram não fazer personagens que fossem superficiais, eles queriam mostrar que todos ali, naquela história, não importando quem seja, tem vários lados. E como fazer isso? Dando espaço tanto para os investigadores, como para a assassina, e isso acabou nos entregando uma dinâmica muito interessante. Eu gosto muito de como o roteiro da série trata as mulheres, como ela faz com que todos os principais personagens da série sejam mulheres, e como são trabalhadas. Gosto como o roteiro, de maneira inteligente, consegue fazer certas críticas com isso, pois, em todos os momentos da série, tanto o policial como os que mandam em suas respectivas áreas são homens e estão em posições mais altas de poder, mas eles são muito menos inteligentes que ela, e a série faz isso de uma forma tão sutil, que não precisa jogar na sua cara essa informação, pois, a série não quer levantar bandeiras, e nem precisa. Como já mostrado aqui nos pontos positivos eu gostei do roteiro, achei inteligente, achei que conseguiu trabalhar bem essa fórmula tão repetitiva e a série tem excelentes diálogos. Para fechar, só vou falar das atuações, de modo geral, não achei que nenhum ator está ruim, todos fizeram muito bem seus respectivos papéis, mas o destaque mesmo vai para a Jodie Comer que faz a Villanelle, que atriz fantástica, ela é a que mais tem que entregar expressões, formas diferentes de atuar, e ela entrega isso muito bem, sem contar um sarcasmo que faz com que você goste muito da personagem.
Pontos negativos: O primeiro ponto negativo da serie, para mim, vai um pouco para o final da primeira temporada, na verdade para os últimos episódios, eu sinceramente achei que foi um momento onde a série mais teve um potencial desperdiçado, pois, o cenário de prisão era interessante, eles estavam na cidade onde melhor poderia desenvolver a personagem da Villanelle, mas achei que eles não foram tão a fundo quanto poderiam ir em questão do passado da personagem e em relação a prisão, achei que foi um cenário que poderia ter mais conteúdo do que teve. A série, em vários momentos, fica um pouco arrastada, não acho que ela consegue te prender o tempo todo como deveria, e você sente isso, principalmente, em alguns episódios que parecem que não terminam nunca. Apesar de achar que Phoebe Waller-Bridge é um excelente roteirista e sabe escrever comédia como ninguém, acho que nessa série, em questão de comédia, até aqui vive de momentos, bons momentos é verdade, parece que se diverte muito escrevendo o texto da Villanelle, mas o resto dos personagens ela não tem esse capricho todo, com isso o humor da série é um pouco prejudicado. Um ponto da série que achei que eles não conseguiram fazer como queiram, foi na parte de ter uma série onde você não sabe para quem torcer, pois, com a estrutura que resolveram contar a história, você deveria sentir empatia pelos dois lados, tanto da assassina, como da policial e torcer para os dois, mas não foi isso que aconteceu, apesar de não achar os personagens da série ruim, não senti comoção pela personagem Eve e isso é um problema, porque, em vários momentos que eu deveria sentir algo por ela, acabei não sentindo. Para fechar, senti falta de uma trilha sonora mais forte, algo que fosse mais marcante ou para comédia ou para o drama, mas que fosse marcante.
Dica: A roteirista dessa série é a Phoebe Waller-Bridge, que é incrível, mas nem preciso falar isso, é só ver a quantidade de prêmios que ela ganhou por roteiro, por atuação, pela série Fleabag, e por isso essa vai ser minha recomendação, veja Fleabag, que é uma serie fantástica, com um humor incrível, personagens e roteiros bem escritos, pode ir sem medo, que tenho certeza que você vai gostar muito.
Curiosidades: Phoebe Waller-Bridge, a roteirista de “Killing Eve”, escolheu a gíria “dickswab” – um xingamento antigo e incomum que poderia ser traduzido para algo como “bobalhão” – porque a BBC não permite palavrões. No quinto episódio, Villanelle diz que “tem uma coisa com banheiros”. Faz sentido: vários dos assassinatos, encontros e conversas realmente acontecem neste cômodo. A equipe de “Killing Eve” foi categórica quanto à escolha de Sandra Oh para o papel principal – só que inicialmente ela estava indisponível. Durante as gravações na Itália, Jodie Comer pediu à equipe que lhe desse “um tapinha no ombro” caso sua pronúncia saísse errada.
Conclusão: Eu achei uma boa série, que tem potencial para crescer muito nas próximas temporadas, principalmente, considerando que os personagens são interessantes, e a principal roteirista da série é muito boa. Mas, até o momento, achei uma boa série, nada além disso, mas se você está se perguntado se deve começar a ver ou não, acredito, que vale a pena dar uma chance.
Killing Eve: Primeira Temporada- Nota: 6,5
Killing Eve: Primeira Temporada- Trailer
Killing Eve: Primeira Temporada- Trilha sonora
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