O Mundo dos Pequeninos – Critica

O Mundo dos Pequeninos - Filme 2010 - AdoroCinema

Por Guilherme Callegari

O Mundo dos Pequeninos (2010-1h 35m-Livre)

Sinopse: Nos subúrbios de Tóquio, sob o assoalho de uma casa velha, Arrietty (Saoirse Ronan) vive em seu minúsculo mundo com a família, fazendo de tudo para manter em segredo a existência de todos. Sobrevivendo como pequenos ladrões, eles conhecem as regras para que nunca sejam percebidos pelos verdadeiros – e grandes – donos da casa. Para isso, procuram manter a desconfiança deles em cima dos gatos e ratos e tomam todos os cuidados possíveis para evitar de serem vistos. Contudo, quando um jovem rapaz se hospeda na casa, a pequenina Arietty acredita que poderá manter uma amizade com ele, apesar da diferença dos tamanhos.

Pontos positivos: O primeiro ponto negativo do filme, para mim, vai para a animação, é meio que chover no molhado elogiar o Studio Ghibli, principalmente, quando se está falando de animação, e aqui é mais um fato que comprova isso, pois a animação desse filme é simplesmente linda, os detalhes, desde a água até os detalhes do visual dos personagens, a movimentação totalmente fluida, todos são muito bem feitos e vale destacar, pois é um show à parte. Outro ponto positivo do filme vai para as cores, um longa que consegue ter várias cores, claro, o destaque no verde e no azul, pelo filme ter um enfoque mais na natureza, mas não é só isso, dentro da casa onde tem cores mais amareladas, tudo é muito bonito. E não é apenas no visual que o filme vai muito bem, a história apesar de simples, é muito interessante, inclusive eu já vi algumas vezes, longas americanos tentarem usar essa premissa e não conseguir desenvolve-la bem, e aqui eles conseguiram fazer isso muito bem. A história do filme não é incrível, revolucionária, mas é uma boa história, isso não tem como negar. Um fator que vale destacar do longa é como eles conseguiram fazer com que o visual do universo funcionasse muito bem, pois é comum quando se faz um filme desses, simplesmente, pegar o que tem no nosso mundo e refazer em uma escala menor, mas aqui eles foram criativos e tudo que tem no filme você pode reparar que é algo que está adaptado para aquele universo e eu gosto bastante disso. Para fechar, só queria falar do que mais me agradou no filme, que seria as discussões que ele levanta, em questão de respeitar uma nova cultura, a ideia de que não somos os únicos no mundo, como é um assunto muito relevante e que faz você pensar muito e como não respeitamos isso, é uma mensagem e uma crítica muito poderosa, muito bem apresentada e muito bem desenvolvida no longa.

Pontos negativos: O primeiro ponto negativo do filme para mim vai um pouco em questão dos personagens, não chego a acha-los ruins, mas, falta algo neles e, como acontece muitas vezes, quando vejo um filme dos Studio Ghibli, eu terminei o filme e não quis procurar mais, ver mais coisas dos personagens, pois tirando a Arrietty que consegue se destacar um pouco mais, o resto é tudo bem esquecível, eles funcionam bem para a história, mas poderiam ser mais marcantes. Eu também acho que eles perderam uma ótima oportunidade de expandir o universo, tem um personagem que é de outra tribo, mas ele não tem muita função no longa, para mim ele seria perfeito para expandir esse universo, mostrar outras culturas, outras formas de ver o mundo, mas no fim ele foi bem pouco utilizado e achei isso um problema para o filme. Eu também senti falta de um antagonista no filme, para mim o longa, meio que no terceiro ato força um certo antagonista ali, mas acho que poderiam ter apresentando esse elemento muito antes, e é sempre bom falar que um bom antagonista ajuda muito a história a crescer e, nesse caso, infelizmente, acabou fazendo bastante falta. Outro problema do filme para mim envolve o perigo, entra um pouco no fato da fala de um antagonista, mas em momento nenhum do filme eu fiquei com medo que algo poderia acontecer com os personagens, e isso é ruim, principalmente, por fazer com que os públicos em certos momentos percam um pouco de interesse, pois, para que você vai se preocupar se nada incomoda.

Dica: O diretor Hiromasa Yonebayashi gosta sempre de trabalhar com algumas temáticas, e acho que ele consegue fazer isso muito bem, dessa forma se você gostou do filme, eu vou recomendar dois longas do diretor que, acredito, vale a pena serem vistos pelas temáticas que eles apresentam. São eles: As Memórias de Marnie, Mary e a Flor Da Feiticeira.

Curiosidade: O longa é uma adaptação do livro de fantasia infantil “The Borrowers”, escrito pela inglesa Mary Norton. Os roteiristas e diretores Hayao Miyazaki (A Viagem de Chihiro) e Isao Takahata (Túmulo dos Vagalumes) já pensavam em adaptar o livro há cerca de 40 anos. O filme estreou em julho de 2010 no Japão e depois passou por diversos festivais internacionais, como o de Moscou, Roma, Helsinki, Edinburgh, entre outros. Embora tenha estreado na Europa ao longo do ano de 2011, nos Estados Unidos, o filme chegou nos cinemas em 17 de fevereiro de 2012. Produzido pelo mesmo estúdio de animações bem sucedidas como Ponyo – Uma Amizade que Veio do Mar (2008) e O Castelo Animado (2004), entre outras. Além de ser o mais novo diretor (36 anos) a adaptar um filme para o Studio Ghibli, este é o primeiro filme do animador Hiromasa Yonebayashi (36 anos) na função, que divide com Gary Rydstrom. Assistido por 7,5 milhões de pessoas, é um recorde no Japão para um filme de diretor estreante.

Conclusão: Eu gosto muito desse filme e acho que, infelizmente, ele não tem os méritos que deveria ter, pois o filme trata de tantos assuntos importantes, e consegue fazer isso com uma boa história, boa animação e, mesmo que não seja o melhor filme do mundo, continua sendo um longa muito bom, que acredito que valha  a pena dar uma chance, tenho certeza que irão gostar. 

O Mundo dos Pequeninos – Nota:8,5

O Mundo dos Pequeninos – Trailer

O Mundo dos Pequeninos – Trilha sonora

Canal do espectador rabungento:

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