Réquiem para um Sonho – critica

Requiem For a Dream (2000) Original One-Sheet Movie Poster ...

Por Guilherme Callegari

Réquiem para um Sonho (18 anos-2000-1h 50m)

Sinopse: Uma visão frenética, perturbada e única sobre pessoas que vivem em desespero e ao mesmo tempo cheio de sonhos. Harry Goldfarb (Jared Leto) e Marion Silver (Jennifer Connelly) formam um casal apaixonado, que tem como sonho montar um pequeno negócio e viverem felizes para sempre. Porém, ambos são viciados em heroína, o que faz com que repetidamente Harry penhore a televisão de sua mãe (Ellen Burstyn), para conseguir dinheiro. Já Sara, mãe de Harry, viciada em assistir programas de TV. Até que um dia recebe um convite para participar do seu show favorito, o “Tappy Tibbons Show”, que é transmitido para todo o país. Para poder vestir seu vestido predileto, Sara começa a tomar pílulas de emagrecimento, receitadas por seu médico. Só que, aos poucos, Sara começa a tomar cada vez mais pílulas até se tornar uma viciada neste medicamento.

Pontos positivos: O primeiro ponto positivo desse filme é como o diretor Darren Aronofsky consegue, de forma brilhante, mostrar como todas os tipos de vícios, impactam as pessoas de uma forma diferente, e esse trabalho não é fácil de fazer, se fosse um série, provavelmente, trabalharia dividindo em capítulos, cada um sendo um vício, mas aqui o diretor queria ter certeza que o público iria entender que não importa qual vício você tenha, ele irá te prejudicar da mesma forma, e nisso ele nos entrega um trabalho excelente. O diretor também tem muitos méritos na parte da direção das cenas, como ele constrói vários momentos, sendo que em nenhum dele você se sente confortável, e isso acontece com todos os personagens do filme, por diferentes motivos, mas nenhum está confortável em cena e através da direção, Darren Aronofsky, faz com que o público o tempo todo também se sinta incomodado, não é um filme fácil em momento nenhum. Inclusive, o longa apresenta várias críticas, algumas são jogadas na sua cara o tempo todo, como é o caso dos vícios, mas outras envolvendo, principalmente, o julgamento da sociedade sobre várias coisas não é na cara, mas está presente durante todo o filme, e faz com que você termine o filme pensando sobre isso. E falando em terminar o filme, o final desse longa é fantástico, pois como já disse essa produção não é para todo mundo, e é normal nesse tipo de filme as pessoas terminarem de uma maneira boa, se recuperando dos traumas, aqui não, aqui ele termina mal, com um soco no seu estomago, mas para o que ele queria fazer não tinha como terminar de um outro jeito. O elenco do filme é bom, e está funcional durante todo o longa, mas não acho que nenhum deles tem uma atuação memorável.

Pontos negativos: O primeiro ponto negativo, para mim, vai para algumas coisas que acabaram ficando um pouco datadas no filme, não em relação a temática que continua muito atual, os vícios que foram apresentados na época não mudaram nada até hoje, mas sim em alguns pontos da direção, ela continua muito boa, mas o diretor usa alguns recursos que envelheceram mal, tanto que hoje quando usam alguns recursos são em momentos bem raros, e isso pensando hoje, não fica tão bem feito. Eu acho que o Darren Aronofsky poderia ter trabalhado um pouco melhor a trilha sonora, também. Algo que para mim faltou muito no longa foi uma presença maior de uma trilha que marcasse o tempo todo e que não saísse da nossa cabeça, isso eu admito que senti um pouco de falta. Outro ponto que acho que ajudaria o filme seria se ele tirasse pelo menos um personagem no filme, como eu falei a ideia dele de querer mostrar todos os vícios foi boa e foi bem executada, você entende o quanto mal cada um faz para cada pessoa, mas acho que por terem, praticamente, quatro vícios diferentes sendo contados ali, um ou outro acaba ficando um pouco de lado, principalmente, envolvendo o personagem do Marlon Wayans, acho que ele foi o que mais foi prejudicado, em relação ao tempo, mesmo ele tendo bastante espaço no longa. Tem um momento do filme que ele fica um pouco cansativo, principalmente, por ter acontecendo muita coisa em tela, muita informação, acho que o faltou para o filme, era dar um tempo, uma respirada maior, até para quem está vendo se relacionar mais como os personagens que estão em tela.

Dica: Eu acho Darren Aronofsky um dos grandes diretores da indústria atual e muito disso por ele não ter medo de mostrar a sua visão de mundo, e gosto mais ainda por ele saber que não é uma visão que agrada a todos, mas não se importa, quer deixar o seu ponto. E por causa disso ele nos entrega filmes incríveis. Vou deixar uma lista para você ir atrás, de filmes como: Mother!, O Lutador, Cisne Negro, Pi, The Fighter

Curiosidade: Este é o primeiro de dois filmes em que o diretor Darren Aronofsky e a atriz Ellen Burstyn trabalharam juntos. O posterior foi Fonte da Vida (2006). A maioria dos filmes contém entre 600 e 700 cortes. Réquiem para um Sonho possui mais de 2000 cortes. Esta é a segunda vez em que o livro “Last Exit to Brooklin”, escrito por Hubert Selby Jr., é adaptado para o cinema. A primeira foi em 1989 e recebeu o nome de Noites Violentas no Brooklyn.

Conclusão: Eu gosto bastante da direção do filme, gosto de vários conceitos que são apresentados ali e como eles são executados, mas não acho uma obra prima e, também, não acho o melhor longa da carreira do Darren Aronofsky. Acho que assim como todo filme do diretor, esse não é para todo mundo, mas mesmo assim fica como recomendação para um ótimo filme, que sai da caixa de filmes padrões que são estregues semanalmente.

Réquiem para um Sonho – Nota: 8,0

Réquiem para um Sonho – Trailer

Réquiem para um Sonho – Trilha sonora

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